A Polícia Federal brasileira resgatou hoje 19 cidadãos paraguaios encontrados a trabalhar em condições de escravatura numa fábrica clandestina de cigarros falsificados no Rio de Janeiro, revelaram fontes oficiais.
A operação, que envolveu agentes da polícia com o apoio de funcionários do Ministério do Trabalho, teve lugar em Duque de Caxias, um município na área metropolitana do Rio de Janeiro.
A fábrica estava em pleno funcionamento quando as autoridades chegaram e, no seu interior, descobriram que os estrangeiros estavam alojados na própria fábrica em condições “deploráveis”.
“Os trabalhadores estavam num local sem as condições mínimas de higiene, vivendo com animais, entre esgotos abertos e com os desperdícios da produção de cigarros”, lê-se na declaração da polícia.
Segundo as autoridades, as pessoas eram obrigados a trabalhar 12 horas por dia, sete dias por semana, em dois turnos, sem descanso semanal, sem remuneração e sem equipamento adequado.
Os estrangeiros disseram às autoridades que foram levados para o Brasil de olhos vendados do Paraguai sob a promessa de que iriam trabalhar na produção de vestuário.
No ano passado, as autoridades resgataram 2.575 trabalhadores que foram sujeitos a condições semelhantes às da escravatura no Brasil, mais 31% do que em 2021, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.
Dos resgatados, 148 eram estrangeiros (101 paraguaios, 25 bolivianos, 14 venezuelanos, quatro haitianos e quatro argentinos), duplicando o número de migrantes libertados em relação a 2021.