Em uma ação coordenada com as autoridades dos Estados Unidos, o Brasil deportou Muslim Abuumar, um palestino acusado de ser um “operativo” do Hamas, junto com sua família. A deportação ocorreu após a chegada da família ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde foram imediatamente detidos e enviados de volta a Doha em um voo da Qatar Airways.
A decisão de deportação foi baseada em informações fornecidas pelo Departamento de Estado dos EUA, que alegou que Abuumar tinha fortes ligações com o Hamas. Inicialmente, um juiz federal em São Paulo suspendeu a deportação para obter mais detalhes, mas posteriormente aprovou a medida após receber as informações necessárias.
Muslim Abuumar, sua esposa grávida, seu filho e sua sogra foram detidos sem mandado ao desembarcarem no Brasil. A defesa de Abuumar argumentou que a família estava no país para visitar o irmão de Abuumar, que reside no Brasil. No entanto, as autoridades brasileiras suspeitaram que Abuumar planejava se estabelecer no país e atuar como porta-voz do Hamas, especialmente devido à quantidade de bagagem que a família trouxe, indicando uma estadia prolongada.
A deportação também foi influenciada por postagens nas redes sociais de Abuumar, que mostravam encontros com líderes do Hamas em Doha. Além disso, havia suspeitas de que Abuumar pretendia que seu filho nascesse no Brasil para obter cidadania brasileira.
A ação gerou críticas, com o advogado de Abuumar classificando a deportação como politicamente motivada e influenciada pela inclusão de Abuumar na lista de terroristas dos EUA, que ele acredita visar ativistas pró-palestinos. A embaixada palestina no Brasil expressou confiança na política brasileira, apesar das controvérsias.
Este incidente destaca a complexidade das relações internacionais e a influência das políticas de segurança dos EUA nas decisões de outros países.