Uma seca na América do Sul revelou antigas esculturas de rostos humanos há muito escondidas. Os níveis de água do Rio Amazonas caíram devido à escassez incomum de chuvas no Brasil, revelando arte antiga normalmente oculta pela margem do rio. Entre as rochas reveladas pela seca estão esculturas de rostos humanos datadas de milhares de anos atrás1. Os arqueólogos já conheciam as faces esculpidas há anos, mas os baixos níveis de água desenterraram espécimes anteriormente não vistos. As esculturas parecem ter sido criadas por povos indígenas antes do contato com os exploradores europeus1.
“Esta região é um local pré-colonial que tem evidências de ocupação datando de cerca de 1.000 a 2.000 anos”, disse o arqueólogo Jaime Oliveira, de acordo com a Reuters. “O que estamos vendo aqui são representações de figuras antropomórficas”1. “Desta vez, encontramos não apenas mais esculturas, mas a escultura de um rosto humano esculpido na rocha”, acrescentou. Além dos rostos, as rochas também estão marcadas de uma maneira que sugere que guerreiros indígenas as usavam para afiar ferramentas ou armas1. Os níveis de água do Rio Amazonas caíram abaixo de 13 metros nesta semana, com o governo brasileiro atribuindo o fenômeno às mudanças climáticas1.
Rostos humanos e outras figuras gravadas em pedra até 2.000 anos atrás foram revelados nas margens do rio Amazonas, pois uma seca histórica na região brasileira levou os níveis de água a baixas sem precedentes3. Os petróglifos, que incluem animais e outras formas naturais, foram revelados nas margens do Rio Negro, em um local arqueológico conhecido como Ponto das Lajes, ou Lugar das Lajes3. Os pesquisadores estimam que as marcas tenham entre 1.000 e 2.000 anos de idade3. As esculturas foram avistadas anteriormente durante uma seca severa em 2010, quando os níveis de água do Rio Negro caíram para 13,63 metros, então um recorde de baixa3. Eles reapareceram este mês, com mais marcas aparecendo à medida que as águas recuavam ainda mais3.
Em meio a uma estação excepcionalmente seca, que os cientistas atribuem ao fenômeno climático El Niño e ao aquecimento no Atlântico Norte ligado às mudanças climáticas, o Rio Negro caiu abaixo de 13 metros pela primeira vez, com uma profundidade de 12,89 metros registrada na segunda-feira3. Além das figuras antropomórficas, rostos e representações de água, algumas rochas exibem sulcos que sugerem que o local também foi usado para produzir ferramentas de pedra3. Carlos Augusto da Silva, da Universidade Federal do Amazonas, identificou 25 grupos de esculturas em uma única rocha que ele acredita ter sido usada como pedra de afiar para afiar vários instrumentos3. “Esta era uma área para a preparação de ferramentas”, disse o arqueólogo ao site de notícias local Amazônia Real3. Fragmentos de cerâmica que se acredita terem milhares de anos também foram encontrados no local, que era o lar de grandes aldeias indígenas nos tempos pré-colombianos3. Apesar de ser designado como um local arqueológico, os petróglifos do Ponto das Lajes não foram estudados, e os pesquisadores estão estimando sua idade com base em esculturas semelhantes em outras partes da Amazônia central3. “Esses locais, hoje sítios arqueológicos com solo preto, grandes quantidades de fragmentos de cerâmica e esculturas em rocha, contam a antiga história indígena da região e devem ser tratados com respeito por todos nós que vivemos em Manaus hoje”, disse o arqueólogo Filippo Stampanoni Bassi ao Amazônia Real3.