As milícias policiais no Brasil, que inicialmente surgiram para combater gangues, agora também estão envolvidas em extorsão, tráfico e assassinatos1. Essas milícias têm raízes no passado autoritário do país e possuem conexões com o governo atual. Elas afirmam ser empresas de segurança privada, mas suas atividades vão muito além disso.
A Expansão das Milícias Policiais
As milícias policiais no Brasil começaram a se expandir devido à insatisfação dos próprios policiais com baixos salários e más condições de trabalho2. Essas milícias oferecem serviços de segurança privada a empresas locais, incluindo assassinatos por contrato e execução de criminosos conhecidos. Além disso, em algumas áreas, como a favela de Guama, elas também buscam controlar o tráfico de drogas.
A palavra “milícia” era pouco usada no estado do Pará até novembro de 2014, mas desde então, pelo menos cinco milícias foram identificadas operando na região, com envolvimento de policiais em massacres que datam de 19942. Essas milícias recrutam policiais insatisfeitos, inseguros ou revoltados com a morte de colegas, alimentando ainda mais a expansão desses grupos.
A Violência e a Falta de Segurança no Rio de Janeiro
A violência no Rio de Janeiro tem sido um problema crescente, com grupos criminosos e milícias armadas controlando grandes áreas da cidade4. Em junho de 2020, o Supremo Tribunal Federal do Brasil ordenou que a polícia do Rio de Janeiro restringisse drasticamente as operações policiais que se assemelhavam a atos de guerra4. No entanto, a proibição temporária das operações policiais durante a pandemia de coronavírus não levou a uma escalada da violência por parte das organizações de tráfico de drogas7.
A ausência de operações policiais, pelo menos a curto prazo, não resultou em ondas de violência cometidas por organizações de tráfico de drogas. Embora o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, tenha afirmado em 2019 que “se não matarmos aqueles armados com um fuzil, eles matarão pessoas inocentes”, estudos mostram o contrário7. A falta de intervenção policial pode levar a uma desaceleração das guerras territoriais, com o governo desempenhando um papel menos agressivo.
Conclusão
As milícias policiais no Brasil, que inicialmente tinham como objetivo combater o crime organizado, agora estão envolvidas em atividades criminosas, como extorsão, tráfico e assassinatos. A expansão desses grupos está relacionada à insatisfação dos policiais com as condições de trabalho e à busca por fontes alternativas de renda. A violência no Rio de Janeiro continua sendo um problema, e a abordagem atual do governo em relação às milícias e às operações policiais não parece estar contribuindo para a melhoria da segurança pública.