O modernismo brasileiro é um movimento artístico e cultural que se desenvolveu no Brasil no início do século XX, marcando uma ruptura significativa com as tradições artísticas europeias e estabelecendo uma identidade artística única para o país. Este movimento foi definido por, e às vezes contra, a identidade nacional do Brasil1.
O Início do Modernismo Brasileiro
O modernismo brasileiro teve início com a Semana de Arte Moderna, um festival de artes que ocorreu em fevereiro de 1922. Este evento marcou o centenário da independência do Brasil e o bicentenário da proclamação da independência, em 7 de setembro de 18221. Durante este festival, os modernistas brasileiros, muitos dos quais haviam estudado em Paris e entrado em contato com as vanguardas europeias, apresentaram uma nova forma de arte que desafiava as tradições europeias e destacava a identidade única do Brasil12.
O Manifesto Antropofágico e a Identidade Brasileira
Os principais teóricos do movimento, Oswald de Andrade e Mario de Andrade, enfatizaram o caráter distinto da arte brasileira. Oswald de Andrade, em seu Manifesto Antropofágico de 1928, procurou superar o eurocentrismo da arte de sua época, definindo o modernismo brasileiro como canibalístico – como tendo digerido, mas também se revoltado contra os modelos europeus1. Este manifesto destacou a hibridização inerente, mas também a contradição do modernismo brasileiro, que realizava a “alteridade” para o público europeu, mas excluía artistas indígenas e negros1.
A Evolução do Modernismo Brasileiro
O modernismo brasileiro evoluiu ao longo do século XX, com movimentos subsequentes desafiando a noção de “brasilidade” e buscando novas formas de expressão. Na década de 1950, Oswald de Andrade defendeu a abstração para romper com as tendências nacionalistas e acadêmicas. Grupos de artistas, como o Grupo Ruptura de São Paulo e o Grupo Frente do Rio de Janeiro, favoreceram abordagens mais fluidas e orgânicas à abstração1.
As décadas de 1960 e 70 viram uma proliferação de estilos e experimentos na arte brasileira, desde a Nova Figuração, a arte pop, a arte op e a arte conceitual até a performance, a paisagem e o cinema. Artistas como Lygia Clark e Hélio Oiticica expandiram a pintura para o espaço tridimensional1.
O Modernismo Brasileiro Hoje
A arte brasileira desde o início dos anos 2000 reflete a globalização dos circuitos e das práticas coletivas, mas também as duradouras heranças da arte abstrata e conceitual. Artistas como Paulo Nazareth e Graziela Kunsch demonstram a ressonância sociopolítica do modernismo brasileiro; outros, como Marepe e Yuli Yamagata, evocam a materialidade dos ready-mades de Duchamp; ainda outros, como Renata Lucas, se envolvem com o urbanismo, a arquitetura e a crítica institucional1.
Perguntas Frequentes
O que é o modernismo brasileiro?
O modernismo brasileiro é um movimento artístico e cultural que se desenvolveu no Brasil no início do século XX, marcando uma ruptura significativa com as tradições artísticas europeias e estabelecendo uma identidade artística única para o país.
Quando começou o modernismo brasileiro?
O modernismo brasileiro teve início com a Semana de Arte Moderna, um festival de artes que ocorreu em fevereiro de 1922.
O que é o Manifesto Antropofágico?
O Manifesto Antropofágico é um texto escrito por Oswald de Andrade em 1928, que procurou superar o eurocentrismo da arte de sua época, definindo o modernismo brasileiro como canibalístico – como tendo digerido, mas também se revoltado contra os modelos europeus.
Glossário
Modernismo: Um movimento artístico e cultural que se desenvolveu no início do século XX, marcando uma ruptura significativa com as tradições artísticas europeias.
Semana de Arte Moderna: Um festival de artes que ocorreu em fevereiro de 1922, marcando o início do modernismo brasileiro.
Manifesto Antropofágico: Um texto escrito por Oswald de Andrade em 1928, que procurou superar o eurocentrismo da arte de sua época, definindo o modernismo brasileiro como canibalístico.
Eurocentrismo: A tendência de interpretar o mundo em termos europeus ou ocidentais, com uma implicação de superioridade do ponto de vista europeu ou ocidental.
Abstração: Uma tendência na pintura e na escultura do século XX para enfatizar a linha, a cor e a forma abstratas, em vez de representar um sujeito de maneira realista.
Ready-made: Um objeto comum que é apresentado como uma obra de arte.
