A proposta de um imposto global sobre a riqueza dos bilionários está ganhando tração no cenário internacional, liderada pelo Brasil, que atualmente preside o Grupo dos 20 (G20). A ideia é implementar uma taxa mínima de 2% sobre a riqueza dos bilionários, com o objetivo de arrecadar fundos significativos para combater a pobreza e as mudanças climáticas.
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, juntamente com seu homólogo francês, Bruno Le Maire, tem promovido ativamente essa iniciativa. Durante as reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, Haddad destacou a necessidade de soluções inovadoras para financiar bens públicos globais, como a erradicação da fome e a mitigação das mudanças climáticas.
A proposta, que poderia gerar cerca de 250 bilhões de dólares anualmente, visa redistribuir a riqueza de maneira mais equitativa e fornecer recursos essenciais para países em desenvolvimento. Haddad enfatizou que, em um mundo onde as atividades econômicas são cada vez mais transnacionais, é crucial encontrar novas formas de tributação que possam ser direcionadas para esforços globais comuns.
Apesar do apoio crescente, a proposta enfrenta resistência significativa. O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, expressou sua oposição, argumentando que a Alemanha já possui uma tributação adequada sobre a renda. No entanto, a proposta continua a ganhar apoio de outros países, como Espanha e África do Sul, que recentemente se juntaram ao Brasil na defesa do imposto.
Economistas como Gabriel Zucman estão trabalhando nos detalhes técnicos da proposta, que será apresentada aos ministros das finanças do G20 em julho. Zucman acredita que, embora a implementação de um imposto sobre a riqueza dos bilionários seja desafiadora, a crescente desigualdade e a pressão pública podem eventualmente levar à sua adoção.
A proposta brasileira destaca a importância de uma cooperação internacional robusta para garantir que os bilionários contribuam de forma justa para a sociedade. Com a aproximação da cúpula do G20, o mundo observa atentamente se essa ousada iniciativa conseguirá o apoio necessário para se tornar realidade, marcando um passo significativo na luta contra a desigualdade e as mudanças climáticas.