O ex-secretário de Jair Bolsonaro teria informado aos investigadores que seu ex-chefe se reuniu com os chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica do Brasil no final do ano passado para discutir um “plano golpista” para um golpe militar1. O site de notícias UOL relatou que o ex-aide-de-camp de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, teria dito à polícia federal que um desses planos foi apresentado a Bolsonaro após sua derrota eleitoral para seu rival de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva1.
O documento preliminar, supostamente mostrado a Bolsonaro por um ex-assessor de política externa chamado Filipe Martins, delineava planos para convocar novas eleições e prender rivais políticos1. Martins e Bolsonaro teriam realizado uma “reunião secreta” em 18 de dezembro de 20221. “Se essa informação for confirmada, prova o que denunciamos desde o ano passado… que um golpe de Estado estava realmente sendo planejado”, disse Juliano Medeiros, presidente do partido de esquerda brasileiro Socialismo e Liberdade (PSOL) 1.
A colaboração do tenente-coronel Mauro Cid
O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro durante seu mandato presidencial de 2019 a 2023, foi libertado após quatro meses de detenção no sábado, após fechar um acordo de delação premiada com a polícia2. Esse acordo supostamente exige que Cid forneça informações relacionadas a uma série de crimes suspeitos cometidos durante a administração de Bolsonaro, incluindo um suposto plano de golpe e um escândalo envolvendo o desvio de presentes estrangeiros caros2.
Investigações e possíveis consequências
Além do escândalo “Watchgate”, a polícia está investigando o suposto papel de Bolsonaro na incitação aos ataques de 8 de janeiro em Brasília e em um suposto plano para derrubar o governo de Lula2. O ex-presidente, que recentemente foi proibido de concorrer a cargos eletivos por oito anos por espalhar notícias falsas, negou qualquer irregularidade2. No entanto, muitos observadores políticos suspeitam que seja apenas uma questão de tempo até que Bolsonaro seja preso como resultado de uma das várias investigações criminais em andamento2.
A radicalização e o risco de violência
O risco de radicalização ficou evidente quando apoiadores radicais de Bolsonaro atacaram a capital, Brasília, incendiando ônibus e carros, em um evento que alguns viram como uma tentativa de provocar uma insurreição ao estilo de 6 de janeiro7. A segurança foi reforçada para proteger Lula e seus apoiadores de violência semelhante em sua cerimônia de posse7. No entanto, os apoiadores de Bolsonaro negam ser “vândalos” ou “criminosos” e pedem uma intervenção das Forças Armadas para purificar a política brasileira de supostos cleptomaníacos de esquerda7.